5 - É Lampi, é Lampi, é Lampião...

Era uma vez, no Nordeste do Brasil, uma família “x” que vivia no sertão, debaixo de um sol sempre causticante e enfrentando as secas de todos os anos.

Além do pai, mãe e muitos irmãos já adultos, existia um menino de cinco anos.

Todos contavam histórias de Lampião, o rei do Cangaço. O menino gostava muito de Lampião. Achava que Lampião era um herói que lutava contra a injustiça, contra os “macacos”, os maus soldados.

Um dia, porém, Lampião chegou lá com muitos de seus cangaceiros e pediu ao pai do menino “x” que arranjasse comida. Mas, como diria o Didi, não tinha nadica de nada, a não ser um pouquinho de feijão.

Lampião olhou e viu que não daria para quase ninguém. Ele ficou com muita raiva e matou toda a família.

Quer dizer, quase toda. O menino “x” estava escondido e escapou. Quando foram embora ele entendeu que cangaceiros não eram heróis e sim os piores bandidos que já existiram no sertão do Brasil. Porém não adiantou nada o sofrimento dos que morreram e dos que escaparam.

Quando se passaram os anos as crianças foram ensinadas de que Lampião era um tipo de Super Herói do Nordeste e até hoje perdura esta mentira, ajudando a formar, lá no mais recôndito da alma, o mau caráter dos nossos contemporâneos brasileiros, que confundem a entrega à corrupção com a luta pela sobrevivência.


“Não tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum dos seus caminhos.[i]
[i] Provérbios 3:31

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